sábado, 3 de novembro de 2007

Entrevista a Gracinda Nave e João Didelet (Sílvia e Acácio)

Entre os dois há uma química que funciona!


Depois de ter encarnado a providencial secretária da empresa Martins de Melo, em "Tempo de viver", Gracinda Nave regressou aos ecrãs integrada na quinta série dos "Morangos com açúcar". Quanto a João Didelet, rumou de uma outra novela na SIC, "Floribella", para integrar o elenco da ficção juvenil da TVI. Os dois vestem a pele de "Sílvia" e "Acácio Silveira", um casal que permanecerá no enredo, em princípio, até Janeiro de 2007.

Tendo como pano de fundo os cenários das salas de aula da Escola Secundária D. Sebastião e o Bar 24, os dois actores falam das suas personagens na nova temporada de "Morangos com açúcar", que mudou a acção central de Cascais para Lisboa.

Jornal de Notícias Quem são a "Sílvia" e o "Acácio Silveira"?

Gracinda Nave A minha personagem, a Sílvia, é casada e tem dois filhos. É empregada de uma loja de roupa. É engraçada, trata-se de uma mãe que tem um único projecto de vida, que é a filha, uma adolescente. Depois, preocupa-se com aquelas coisas banais, como a roupa, comida. Mas imprime um grande dinamismo com a rapidez com que fala nas cenas.

João Didelet O Acácio pertence a uma associação de pais mas trabalha num banco. É o típico funcionário bancário, um pai preocupado, muito picuinhas, um pouco conservador e que gosta das coisas com uma certa ordem.

Uns pais um pouco complicados…

JD Um pouco. Os meus filhos sofrem com a minha presença na escola, pelos menos a mais velha, porque sou um pouco controlador. Embora ela acabe por fazer tudo o que quero. Quanto ao meu filho, percebi que ele é alvo de "bulling" (agressão) de colegas e vou tentar resolver esse problema. Quanto ao casal, somos os dois determinados e temos as nossas picardias, mas ela leva a melhor.

GN A Sílvia tem um enorme problema, que é dar todas as atenções à filha. Quer que esta seja uma top-model, porque é muito bonita. Lá no fundo, a Sílvia gostaria de ter sido isso mas não o conseguiu, então projecta na filha esse desejo.

Revêem-se nessas personagens?

GN Não. Pode haver uma coisa aqui ou ali. Uma expressão. Mas não me revejo nada.

JD Nada, apesar de pertencer a uma associação, mas é cultural não é de pais. Tenho adolescentes em casa e normalmente é a mãe que vai a essas reuniões. Mas tenho o "feedback" do que se passa nessas reuniões e baseei-me nessa experiência. Normalmente, as minhas personagens são um manto de retalhos de coisas que vou observando e absorvendo aqui e ali.

Os vossos "filhos" pedem-vos conselhos?

GN Não é bem conselhos. Perguntam ou pedem ajuda em relação a coisas específicas mas não como se fossemos mais velhos.

JD Pode acontecer aconselhá-los a virarem-se para a câmara ou porque estão a falar mais baixo. São pormenores em que podemos dar uma ajudinha.

Como está a ser contracenarem juntos?

GN Muito bom. Nunca tinha trabalhado com o João Didelet e estou a achar muito giro. Ele é muito calmo e muito incentivador.

JD Estou a divertir-me imenso e está a ser uma boa experiência trabalhar com a Gracinda. Entre os dois há uma química que funciona.

O que representa esta estreia numa série juvenil com tanto sucesso?

GN Para mim é mais um trabalho. Exactamente igual como se fosse uma peça de teatro, um trabalho no cinema ou uma novela "dita" para adultos.

JD Muito boa. Para já, porque é uma experiência nova apesar de ter trabalhado com malta mais nova, como no "Superpai", "Os Serranos" ou "SOS Crianças". Mas com esta visibilidade não.

Contam com alguns projectos em paralelo a esta novela?

GN Neste momento, não. Fiz a peça "Selvagens, homem dos olhos tristes", no Teatro Aberto, e estou só nos "Morangos". Quem vê televisão sabe que faço apenas uma ou duas novelas por ano. Até Janeiro, em principio estarei aqui.

JD Até 25 de Novembro, estou na peça "Desobediência", no Teatro da Trindade, um texto de Luís Filipe Rebello, que aborda a vida do cônsul português Aristides de Sousa Mendes, que conseguiu durante a II Guerra Mundial dar vistos a muitos judeus, e não só, para fugirem. A encenação é de Rui Mendes.

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